terça-feira, 29 de julho de 2014

Uma lista de compras equilibrada. E mais saudável.

No post anterior, alguém me deixou um comentário, em jeito de desafio, para criar um cabaz de produtos essenciais e alimentos saudáveis para uma semana de compras de uma família de 3 ou 4 pessoas.
Claro que é tudo muito subjetivo, principalmente a nível de quantidades, mas vou tentar deixar uma lista de produtos e algumas sugestões de “trocas” que podem fazer para tentarem tornar a vossa lista de compras mais “saudável e equilibrada”.
E como é hábito, usem a caixa de comentários para a outras sugestões/adições/trocas a esta lista. E para troca de ideias.

Fruta e legumes:
Escolham fruta da época. Normalmente mais barata, mas também mais saborosa, uma vez que cresce e é apanhada no tempo certo. (O ideal mesmo é comprarem em mercados a pequenos produtores, apesar de isso não estar ao alcance de todos)
O mesmo com os legumes. Escolham pequenas quantidades de diversas variedades. Legumes como a curgete, beringela, pimento, pepino, alface e tomate – agora na época.
Usem para as saladas, para a sopa, para grelhar, para rechear. Não se esqueçam de fazer uma refeição vegetariana por semana. Porque não?
E já agora algumas aromáticas como coentros ou salsa.

Carne e peixe:
Em vez de peixe de aquicultura (como o robalo, dourada ou salmão), escolham sardinhas e carapau para grelhar. A raia é também uma escolha não demasiado cara e fica ótima em cataplanas ou assada no forno. Mas o importante é irem variando. (Há imensas variedades de peixes para experimentar!)
Atum em conserva para uma massa ou uma salada (e podem sempre optar pela versão de conserva em água ou azeite!)
Limitem o consumo de carne de porco. E prefiram carnes brancas como o frango e peru. Optem por comprar o frango inteiro, sempre mais barato, e cortes mais baratos de peru (perna e coxa) ao invés de comprarem apenas o peito.
Podem também comprar um pouco de carne de vaca para picar (optem também aqui por um corte mais barato, como a carne de estufar) e peçam para picar no talho. Nunca comprem a carne já picada. Com a carne picada podem fazer hambúrgueres, almondegas, bolonhesas que rende mais.

Laticínios:
O leite não pode faltar em nenhuma lista de compras. Optem por iogurtes naturais, mais baratos e muito mais saudáveis pois mão tem açúcar. Se não gostam do sabor natural, optem por juntar fruta ao iogurte ou até uma colher de compota caseira, muesli ou granola feita em casa, frutos secos e uma colher de mel.
Um pouco de queijo fatiado, se gostarem para colocar nas sandes e manteiga. (Cá em casa só consumimos manteiga, que podem comprar magra, em vez de margarinas ou outros cremes de barrar mas pessoalmente gosto das minhas torradas com azeite!)

Pão e Cereais:
Prefiram sempre o pão mais escuro em vez do pão branco. E em vez de comprarem cereais de pequeno almoço com ingredientes que não conseguem dizer o nome, optem por flocos de aveia, que podem comer simples ou transformar em granola caseira.
As barras de cereais, não são propriamente um bem essencial, e se gostam, optem também por preparar a vossa versão em casa, em vez de optarem por barras de compra.

Mercearias:
Feijão e grão para saladas com leguminosas ou mesmo feijoada. Ajudam a reduzir a consumo de carne e de peixe e são muito nutritivas e saciantes. Incluam-nas todas as semanas. (Por exemplo, saladinha de feijão frade com atum e ovo, salada de grão com frango grelhado, feijoada mais saudável só com febra de porco e um pouco de couve, feijoada de feijão branco com tiras de pota….)
Massa e arroz. Ajudam a fazer refeições mais económicas pois não precisam de cozinhar tanta quantidade de carne o peixe, mas convém não abusar do excesso de hidratos de carbono.

Outras coisas:
Frutos secos, como amêndoas e nozes, se gostam de preparar a vossa própria granola ou de adicionar aos iogurtes. Fiambre ou outra charcutaria como paio, por exemplo, para as sandes do pequeno almoço ou para as crianças levarem para a escola. Ovos. Azeite. Farinha. Açúcar. Especiarias. Alhos. Cebolas. Batatas. Limões.

Não incluí nenhum tipo de refrigerantes, bolachas, biscoitos, doces, batatas fritas ou aperitivos, congelados pré-feitos ou chocolates. Não são bens essenciais. Não são necessários. E podem perfeitamente viver sem eles. Mais vale optarem por fazer um bolo ao fim de semana em casa . E fazerem sumos naturais com a fruta.
Será que me esqueci de algo importante? E vocês, o que acham?

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Receitas para o ar livre

Nesta altura do ano, nada melhor do que juntar os amigos, a família, pegar num cesto, na mala térmica, na manta e na toalha aos quadrados e ir fazer um piquenique. Na serra ou na praia. À beira rio, no parque da cidade ou no jardim botânico. Num parque de merendas ou num miradouro. Onde quiserem… mas aproveitem para refeições simples fora de casa e assim dar outra dinâmica às férias ou aos fins de semana durante o verão.
Além disso é uma sugestão económica para um dia divertido.
E como os pedidos têm sido mais que muitos, algumas sugestões de receitas para o ar livre (as minhas receitas favoritas para piqueniques!), as preferidas cá de casa e dos amigos que partilham connosco estes momentos.

Nuggets de Peru
http://paracozinhar.blogspot.pt/2014/07/nuggets-de-peru-com-maionese-de-abacate.html

Ovos Verdes
http://paracozinhar.blogspot.pt/2008/12/ovos-verdes.html

Salada de Arroz Amarelo
http://paracozinhar.blogspot.pt/2007/08/salada-de-arroz-amarelo.html

Bola Rápida de Presunto e Bacon
http://paracozinhar.blogspot.pt/2012/03/bola-rapida-de-presunto-e-bacon.html

Tarte de Atum com Legumes

Croquetes

Salada de Massa com Rucula, Tomate e Cogumelos

Asinhas de Frango com Especiarias
http://paracozinhar.blogspot.pt/2011/07/asinhas-de-frango-com-especiarias.html

Barras Doces de Citrinos
http://paracozinhar.blogspot.pt/2012/05/barras-doces-de-citrinos.html

Bolo da D. Lurdes

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Receitas para todos os dias

Ainda aqui não tinha falado do novo livro. Parece-me que faz sentido agora, depois de toda a conversa do ultimo post.
Porque comer melhor, ou alimentos melhores, é mais fácil se tivermos à mão algumas receitas que usem os ingredientes de sempre e que sejam simples e rápidas.
E é isto que este livro pretende ser. Uma ajuda a quem já não sabe o que cozinhar com o frango de todos os dias, ou com legumes, ou até sobremesas para dias mais especiais.
Receitas com ingredientes que facilmente encontramos em todo o lado, que são acessíveis quase todo o ano e que nos permitem variar o que comemos e o que cozinhamos.
Na realidade é um prolongamento do que publico diariamente no blogue – mas são receitas novas e nunca publicadas na sua grande maioria – e a mesmo vontade de partilhar ideias e sugestões.
Se ainda não conhecem esta poderá ser uma boa altura. Até porque Setembro não tarda aí e é sempre um bom mês para recomeços, novas organizações e novos planos e ideias.
Espero que gostem de mais este livro! (À venda em qualquer livraria ou supermercado)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Porque é que eu acho que comer melhor não é uma questão de orçamento

Há muito que ando para escrever este post. Já o escrevi e apaguei algumas vezes, porque não quero ser mal interpretada.
Mas vamos por partes. Este não é um blogue vocacionado para poupar, mas sim um blogue que tenta ajudar a tirar partido do que cada um de nós tem, de modo a desperdiçar o mínimo possível e assim, com consequentemente poupar. É essencialmente um blogue de economia doméstica, algo que caiu em esquecimento (e que entretanto voltou!) , mas que durante muitas anos fazia parte do universo de todas as donas de casa. Porque o dinheiro não abundava, porque as pessoas eram ensinadas a poupar e usavam essa filosofia de vida nas suas casas. E sempre foi esse o propósito deste blogue. E não dizer onde acontece a promoção x ou y, que talões podem usar a cada semana, onde a carne é mais barata. É portanto um blogue de ideias e sugestões para rentabilizar e tirar o melhor partido de um orçamento doméstico, seja ele maior ou menor, pois cada um poderá e deverá adaptar estas sugestões à sua realidade e às suas necessidades. Dito isto, vamos ao que interessa.
Eu acho que, de uma maneira geral as pessoas comem mal. E para comer melhor, não é necessário gastar mais dinheiro. Acho portanto completamente errada aquela ideia de que é a crise que leva os portugueses a terem piores hábitos alimentares. E esta é a minha sincera opinião.
O que leva os portugueses a comerem mal é, na sua grande maioria fazerem más escolhas. Comer melhor é essencialmente uma questão de escolhas e não de orçamento.
Presumo que a esta altura haja quem esteja de acordo comigo, e quem não concorde minimamente. Claro que todos somos livres de ter a nossa opinião, mas vou tentar explicar porque é que eu tenho esta opinião.
Se há algo que eu gosto de fazer quando vou às compras, é de “cuscar” o que as outras pessoas levam nos carrinhos.
E, de um modo geral, vejo que muitas famílias compram artigos (porque aquilo nem são bem alimentos) que não têm grande valor nutricional e não alimentam corretamente. Ora mesmo em promoção esses artigos custam dinheiro. Mesmo da mais rasca marca branca esses artigos, todos somados, tem um valor. E, muitas vezes, esse valor gasto em refrigerantes, ice teas, bolachas, cereais de pequeno almoço, iogurtes que não são iogurtes acabados em “inhos”, batatas fritas de pacote ou para fritar, snacks salgados, supostos sumos que substituem a fruta, bolos recheados com coisas brancas, (e podia continuar aqui a tarde toda…) dava para comprar muitos alimentos frescos, que podem fazer uma fantástica refeição para toda a família.
O que leva então as pessoas a fazerem essas escolhas? A desculpa de ser para as crianças, na grande maioria das vezes. Mas as crianças não precisam de beber refrigerantes às refeições. Um copo de coca-cola ou ice tea ou qualquer outra coia do género tem o equivalente a 5 ou 6 pacotes de açúcar. Em cada copo. Não é melhor beber água às refeições? Eventualmente, em dias de festa um sumo de laranja natural? Uma limonada caseira? Não. As crianças bebem sumos e refrigerantes porque gostam, e os pais deixam.
E o mesmo é valido para as bolachas, os iogurtes “inhos” carregados de açúcar – já alguém perdeu 5 minutos a ver a composição de um iogurte dito para crianças em relação a um iogurte normal? Olhem, façam as comparações e depois digam se há necessidade de dar isso às crianças. Não vou ao extremo de dizer para apenas lhes darem iogurtes naturais, mas um iogurte de pedaços ou de aromas em detrimentos de outros muito mais açucarados.
E depois temos os cereais de pequeno almoço, as batatas fritas, as bolachas de chocolate, os bolos recheados…. Que não são para dias ocasionais, mas para quase todos os dias. E tudo somado? Uma boa quantidade de dinheiro gasta em não alimentos. Em más escolhas alimentares que não trazem benefício nenhum.
E depois os estudos que dizem que as crianças portuguesas comem mal, comem doces todos os dias, e que preferem pizzas e hamburguers? Eu não estranho nada disto.
Quase todas as pessoas que conheço com miúdos pequenos, usam uma ida ao Mac, como um incentivo. “Se te portares bem, logo vamos jantar ao Mac!”
Pois vão os carrinhos de compras com os iogurtes “inhos”, as batatas de pacote, as bolachas, os pacotinhos de sumo que substituem a fruta verdadeira, os snacks, os cereais açucarados. E depois as empadas, os rissóis, os hamburguers congelados, os douradinhos (para muitos o único peixe que comem e desconfio que nem sabem bem que aquilo é peixe), as pizzas congeladas para dias de pressa. Às vezes há alguns legumes e fruta, e massa e arroz. Leite e margarina para o pão. Eventualmente queijo e fiambre, mas não esquecer a nutela porque os miúdos gostam. E há ainda a carne, e o peixe e às vezes o bacalhau e os enlatados.
Ah, já me estava a esquecer dos molhos – maioneses, ketchups e os enlatados.

Pois bem. Se eliminarmos uma grande parte de produtos que não trazem nenhuma mais valia para comer melhor, e se aplicarmos esse mesmo valor em comida a sério – peixe, carne, legumes frescos, fruta, leguminosas…. Não estamos a comer melhor? E a gastar o mesmo?
Um kg de dourada ou robalo de aquicultura normalmente da Grécia – um dos favoritos em todos os supermercados – não custa menos de 7€. Em alternativa um kg de cavala ou carapau, peixe de mar, da nossa costa, não chega a custar 3€. Com o mesmo valor compro o dobro de peixe.
1 pacote de 400g de flocos de aveia, custa cerca de 1€. 1 pacote de cereais de chocolate de pequeno almoço custa cerca de 3€.
6 iogurtes naturais custam 1,5€, 2 iogurtes gregos, carregados de gordura e de açúcar custam 2 €.
As bolachas, os refrigerantes, os bolos, as batatas fritas de pacote e todas as coisas que não têm nenhum benefício alimentar, todas somadas, podem ainda permitir que se comprem mais fruta, mais legumes e carne de melhor qualidade.
Comer menos carne, mas escolher carne de melhor qualidade.
A manga e o abacaxi não são fruta da época.
Consumir algumas refeições vegetarianas por semana. E leguminosas como o grão e o feijão também fazerem parte das nossas ementas semanais. São baratas, saborosas e fazem parte de uma boa alimentação.
Sopa sempre todos os dias, porque é barata e nutritiva.
Fazer os nossos hambúrgueres em casa em vez de comprarmos dos congelados, cheios de coisas que nem sabemos pronunciar. O mesma para as pizzas.
Fazer um bolo caseiro em vez de comprarmos bolos de pacote cheios de gordura trans, açúcar e afins.
Esta é a minha opinião. Comer melhor é termos vontade de fazer escolhas melhores. De educarmos os nossos filhos a fazerem escolhas melhores. De os ensinar que os doces, os sumos e os hambúrguer do Mac são exceções.
De gerirmos o nosso tempo para cozinharmos refeições de raiz, com legumes frescos, leguminosas, carne e peixe da melhor qualidade que conseguirmos comprar.
De não comprar alimentos pré-cozinhados com ingredientes que não conhecemos nem sabemos pronunciar.
De sabermos que se temos este x dinheiro para gastar em comida, o devemos fazer em alimentos a sério, e que ice tea não é chá, e batatas fritas não são um vegetal.
Está aberta a discussão.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Ainda sobre a Organização Semanal, Ementas Semanais e Alimentação mais Saudável

Por mais que escreva sobre este tema, é talvez sobre ele que mais emails recebo todas as semanas.
Como me organizar? Não consigo fazer uma lista de compras semanal. Como planear a ementa com refeições saborosas e nutritivas para a semana. Como comer melhor…. São questões que me vão aparecendo nos emails que vou recebendo.
Apesar de todas as ideias aqui partilhadas, os meus leitores continuam com algumas dificuldades em conseguirem “ultrapassar” esta dificuldade…
Os exemplo, sugestões e ideias que vos apresento são sempre baseados na minha própria experiência, e nem sempre o que resulta com uns poderá resultar com outros. Também eu, al longo do tempo fui adaptando a minha organização doméstica às minhas necessidades e prioridades. Provavelmente terão de fazer o mesmo: tonar estas ideias como um ponto de partida e adaptá-las ao vosso estilo de vida e necessidades.
E para isso deixo uma outra sugestão. Que quem tem outros métodos, outras ideias e sugestões a fazer que as partilhe nos comentários a este post, para que possam assim ajudar quem necessita de se organizar melhor. Pode ser?
Mas entretanto aqui ficam algumas sugestões, agora também adaptadas às minhas necessidades atuais e às minhas prioridades.

- Sejam organizados. A organização é a chave de tudo.
Quer façam ementas semanais, mensais, ou não façam nada disso, serem organizados é meio caminho andado.
Ou seja: saibam sempre o que têm congelado na vossa arca, o que têm na despensa e no frigorífico.
Tenham um bloquinho colado na porta do frigorífico (ou num quadro, ou noutro sítio que vos convenha, mas que esteja sempre à mão) e vão escrevendo tudo o que vos acaba ou está acabar. O último pacote de arroz de abriram. O frasco das azeitonas que acabou. O leite porque já só há dois litros. O amaciador da roupa que já está quase no fim. A ultima pasta de dentes que havia em casa…. Não vale a pena utilizarem métodos sofisticados, listas no telemóvel, programas informáticos…. O velho método de papel e caneta sempre à mão consegue ser o mais eficaz de tudo. Simplifiquem. (Eu tenho colado na porta do frigorífico um bloquinho com uma caneta que comprei por 1,5€ na primark. E tem sido muito eficaz. Até o Miguel vai escrevendo o que é necessário.) Depois basta pegarem no papel, acrescentar mais alguma coisa que necessitem e irem às compras.
Tenham também uma lista do que tem congelado. Não adianta terem imensas coisas congeladas mas nem se lembrarem o que têm. Usem o que já existe antes de comprarem coisas novas.

- Ementa semanal (ou não)
Comecei por fazer ementas semanais, onde escrevia exatamente as receitas que queria fazer durante a semana, e elaborava depois a lista de compras com base nesta ementa semanal.
Sei que há pessoas que não gostam deste método – e não conseguem organizar-se assim – e outras que acham que assim rentabilizam pouco os produtos que todas as semanas os supermercados colocam em promoção, e que nos ajudam a controlar o orçamento familiar.
Podem então passar a organizar-se de outra forma, e eu confesso que ultimamente é o método que mais tenho usado cá em casa.
Depois de irem às compras – e aproveitarem as promoções, ou comprarem as coisas que mais gostam e mais consomem – façam a ementa semanal com base no que acabaram de comprar. E façam as compras de acordo com as refeições que vão fazer durante a semana. Ou sejam se fazem 8 refeições por semana em casa, comprem para essas 8 refeições, cheguem a casa e façam a ementa semanal a partir daquilo que compraram.
Podem também ser mais flexíveis na ementa semanal, mas se habitualmente têm dificuldade em saber o que cozinhar, este pode não ser o método mais fácil… Em vez de fazerem a ementa com base na receita que vão fazer, por exemplo segunda feira: arroz de cenoura e ervilhas com filetes de pescada no forno, terça-feira: frango assado com limão e tomilho…., escrevam apenas que na segunda feira serão filetes de pescada e na terça frango, deixando em aberto a maneira como vão cozinhar…. Para mim tem resultado bem assim, porque me deixa mais espaço para a “criatividade” na cozinha, mas se nunca sabem o que cozinhar, é mais um motivo para chegar a casa e pensar “o que é que eu vou fazer agora com este frango…..”.
Mas assim, não têm tanto a obrigatoriedade de comprar e comer o que está na lista, e podem dar largas à imaginação


- Planear refeições nutritivas, light….
Eu não percebo muito bem o que querem dizer com refeições light, ou para perder peso.
Acho que a maioria das receitas que costumo partilhar no As Minhas Receitas são, na sua maioria receitas que se enquadram numa alimentação equilibrada e saudável, e são essas mesmas receitas que nós comemos todos os dias e é a comer o que partilho por lá que eu tenho perdido uns quilinhos nestes últimos tempos.
Pode ser que haja aqui um equivoco: receitas light não têm obrigatoriamente que ser receitas em hidratos de carbono, só cozidos ou grelhados e saladas sem tempero. É por isso que depois muitas pessoas não conseguem fazer “dieta”, porque comem comida sem piada nenhuma, sem sabor, sem texturas, sem algo que desperte as papilas gustativas.
Um salteado feito com uma colher de sopa de azeite é saudável. Há muitas receitas que é muito simples eliminar os hidratos de carbono (se for esse o vosso caso), ou de apenas os cozinhar para os restantes elementos da família. As saladas, a sopa e a fruta devem sempre fazer parte das vossas ementas semanais. Devem evitar os fritos, as gorduras, e os molhos. E todos aquelas coisas que nós estamos fartos de ouvir falar.
Para fazer refeições saudáveis e nutritivas para todos basta variar o mais possível os alimentos. Alternar o consumo de peixe e carne. Evitar carnes gordas e diminuir o consumo de carnes vermelhas. Comer sempre sopa e fruta. Deixarem-se de refrigerantes, alimentos processados, bolachas, batatas fritas de pacote, chocolates. Não comprem se não querem comer.
Se comprarem alimentos frescos, frutas, legumes, carne, peixe, … e cozinharem de raiz, em casa todos os dias, o mais provável é fazerem refeições muito mais saudáveis e nutritivas e light, do que se comprarem coisas processadas, congeladas, pré-feitas….
Não sei que outra sugestão vos posso dar neste campo, a não ser que sejam exigentes com aquilo que colocam no vosso prato – e da vossa família – todos os dias. Até porque comprar alimentos “frescos”, não é mais caro que fazer uma alimentação baseada em produtos processados.
E para provar isso mesmo dou-vos um exemplo muito simples: praticamente não há quem não compre papas para bebés. Apesar de alimento para bebés são processadas e têm uma enorme quantidade de açúcar. E não são assim tão baratas quanto isso. Um pacote de aveia para fazer papas de aveia (que podem dar aos bebés) pode custar menos de 1€ e dura o mesmo tempo. E mesmo assim não conheço quase ninguém que queira dar aos bebés papa de aveia preparada em casa em detrimento de papa convencional. A desculpa é que dá mais trabalho….

E este é muitas vezes o principio da nossa alimentação diária enquanto adultos.
Ficaram mais esclarecidos? (E não se esqueçam de deixar as vossas sugestões de organização nos comentários.)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

As sopas do Zé Maria

Há muito que me pedem para falar acerca das sopas do Zé Maria. Quase com 10 meses e meu rapazinho come sopa – papa de legumes – ao almoço e ao jantar.
Como gosto que ela faça uma alimentação o mais variada possível, faço várias sopas ao mesmo tempo, congelo em doses individuais e vou tirando conforme as necessidades.
Nas sopas do Zé Maria nunca uso uma base comum. Sei que há quem faça sempre a mesma base – batata, cenoura e cebola e vá acrescentando depois outros ingredientes. Apenas fiz isso na fase inicial, enquanto se introduzem alimentos novos e se tentam perceber alergias. Depois disso acabei sempre a fazer as sopas o mais variadas possíveis e com os ingredientes que vou tendo em casa.
Por exemplo, ainda esta manhã fiz 3 sopas: uma com frango, outa com pescada e outra com carne de vaca.
A de pescada tinha couve flor, cenoura, abóbora, feijão verde, curgete, cebola e pescada.
A de vaca tinha couve flor, alho francês, beringela, curgete, brócolos, cenoura, batata e carne de vaca.
A de frango tinha batata doce, curgete, cogumelos, cebola, coentros, couve flor, brócolos, abóbora e frango.
Depois das 3 sopas feitas congelei em tacinhas individuais com a dose que ele come. Assim, durante alguns dias vou alternando e variando as sopas e os sabores.
Pessoalmente – e com o apoio do pediatra dele – acho preferível a andar 2 ou 3 dias a dar a mesma sopa.
Tem também outras vantagens. Permite rentabilizar mais facilmente os ingredientes que tenho em casa, e poupo algum tempo porque faço sopa para 5 a 7 dias. Prefiro do que andar a fazer dia sim, dia não.
Depois basta deixar a descongelar no frigorífico, aquecer e colocar um fio de azeite mesmo antes de comer.
Mais alguém segue este género de esquema? Como fazem as sopas dos vossos bebés?

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Espinafres: como congelar?

É bom ter amigos que se lembram de nós. Que ligam a perguntar se queremos espinafres. E que nos vêm trazer cá a casa os ditos e ainda, para juntar à coisa, como se tamanha generosidade não fosse já suficiente, ainda nos trazem uma caixinha composta com cerejas, ameixas e nêsperas. E tudo de produção caseira.
Como sabia que não ia consumir os espinafres nos próximos tempos resolvi logo prepará-los para congelar para depois utilizar.
Deixo aqui como apontamento a maneira como tenho preparado os espinafres para congelar.
Depois de os arranjar, separando as folhas dos caules grossos, lavei-os muito bem em várias águas. Coloquei depois uma panela ao lume com água e sal e assim que a água levantou fervura coloquei os espinafres previamente escorridos e deixei cozinhar cerca de 3 minutos. Depois escorri-os bem e espremi para que libertassem toda a água. Até aqui nada de novo.
Depois de bem espremidos coloquei montinhos em cuvetes de gelo, de modo a ficar com espinafres “separados” e fáceis de usar na quantidade desejada. Depois congelei as cuvetes e assim que os cubinhos de espinafres ficaram congelados coloquei-os num saco de congelação, ficando assim com espinafres prontos a usar, quase da mesma forma como aqueles que já compramos congelados nas grandes superfícies.
A grande vantagem é que usamos muito mais facilmente a quantidade que necessitamos para as nossas preparações culinárias.
E vocês, também fazem assim? O que acham desta sugestão?

terça-feira, 1 de julho de 2014

São ovos senhores. Muitos ovos!

Há pessoas que fazem promessas de final de ano. Pois eu tenho uma de meio do ano. Prometo ser mais assídua aqui neste “Economia cá de casa” que anda muito abandonado e não tem culpa nenhuma dos meus muito afazeres e do meu desprezo. E como tenho recebidos tantos pedidos de leitores que sentem a falta das minhas publicações por aqui, eu prometo voltar a dedicar-me a este blogue. Até porque tenho realmente muitas e variadas coisas para partilhar.

Começo por coisas mais recentes, e um dos últimas dramas aqui por casa. Ovos, muitos ovos a necessitarem de serem consumidos.
Como sabem eu não sei viver sem ovos no frigorífico. E sem saber bem como, nem porquê sei comigo com mais de duas dúzias de ovos em casa. Era preciso dar-lhes andamento, sem desperdiçar nada e rentabilizar. (De 15 em 15 dias compro 12 ovos caseiros, e desta vez tive como brinde mais 6, daqueles pequeninos de garnizé. E tive uma oferta de mais 12 já depois de eu ter comprado e ainda cá tinha 6…. E tudo ovos caseiros….)
Congelar claras não tem para mim novidade nenhuma, e é uma maneira de aproveitar tendo depois assim as claras disponíveis para suspiros, pavlovas, bolos, farófias ou qualquer outra coisa. Mas e as gemas? A solução também foi simples: fazer doce de ovos e congelar. Depois é só retirar do congelador e usar para rechear bolos, cobrir pavlovas, fazer as deliciosas claras com doce de ovos do novo livro “Receitas para todos os dias”, ou um doce de ovos com amêndoas versão extra rápida….
Mas mesmo assim ainda havia muitos ovos para gastar. Olhei para a fruteira e para os 4 quilos de limões que a minha mãe me tinha trazido. Nova solução; fazer curd de limão. A receita já está há muito no blogue de receitas, e foi apenas uma questão de fazer duas receitas, colocar em frasquinhos que depois foram pasteurizados. E aí está. Lemon curd para ir usando em sobremesas, comer com morangos ou servir com bolo.
E por falar em bolo, havendo ovos e havendo limões, nada melhor do que preparar um bolo de limão. Assim fiz. E como estava lançada ainda fiz umas bolachinhas… estas não gastaram muitos ovos, mas aproveitei o forno quente….
Portanto mais de duas dúzias de ovos transformadas: claras congeladas, doce de ovos congelado, curd de limão pronto a usar, um bolo e ainda bolachinhas…. E pronto ficaram apenas uns poucos de ovos – os mais recentes, para o que desse e viesse.

http://paracozinhar.blogspot.pt/2010/03/curd-de-limao-lemon-curd.html
http://paracozinhar.blogspot.pt/2014/06/pao-de-limao-hummingbird.html